Estrelada por atores e personalidades, entre eles os globais Felipe Simas e Thammy Miranda, a Associação de Desenvolvimento Econômico e Social às Famílias (Adesaf) lança neste domingo (1º de abril) a campanha #ÉCasoDeRESPEITO. Nesta data, a Adesaf celebra 17 anos de histórias e de desenvolvimento de dezenas de projetos e ações, que juntos já beneficiaram mais de 60 mil famílias no Estado de São Paulo. O primeiro vídeo pode ser visualizado nas redes sociais e no site adesaf.org.br.

“Estamos muito felizes por atingir esta marca e, principalmente, por saber que conseguimos alavancar, em parceria com o Poder Público e a iniciativa privada, o processo de transformação de vidas de milhares de famílias que estavam em situação de vulnerabilidade social”, celebra a diretora-presidente da Adesaf, Fernanda Gouveia.

Campanha

A campanha que será compartilhada, principalmente, nas redes sociais, tem como foco a importância da mudança do olhar sobre a pessoa em situação de rua que faz uso abusivo de substâncias psicoativas. Em um dos vídeos, cada um com 30 segundos, atores e personalidades chamam a atenção para a necessidade de criação de políticas públicas integradas para este público, que deve receber uma intervenção não violenta, com foco no atendimento humanizado.

“As pessoas nessa situação precisam de cuidados e atenção especial do Estado e da sociedade. Não é com violência, repressão policial e internação compulsória que se resolve isso. É com um olhar humano, sensível, de garantia de direitos, respeitando a singularidade e a vontade da pessoa que quer mudar de vida e, assim, retornar à família e à sociedade”, explica Fernanda.

Além dos globais, a campanha também conta com as participações de André Coelho (empresário e modelo), Íris Stefanelli (apresentadora de TV), Jairo Martins (ator), Marissol Dias (bailarina) e Rick Moreno (ator).

Redução de Danos

A principal linha de tratamento defendida pela Adesaf para pessoas em situação de rua que fazem uso abusivo / crônico de substâncias psicoativas é a Redução de Danos, uma estratégia de saúde pública que, no Brasil, surgiu em Santos, em 1989.

A maior experiência da entidade com um programa nesta área ocorreu entre outubro de 2014 e março de 2018, na região conhecida como Cracolândia (SP).

Trata-se do programa De Braços Abertos (DBA), também chamado de Programa Operação Trabalho (POT), no qual a Adesaf era a cogestora no desenvolvimento de diversas ações voltadas aos cerca de 300 beneficiários da iniciativa municipal, encerrada pelo prefeito João Doria – mesmo com resultados e eficiência comprovados, inclusive internacionalmente – no último dia 31 de março.

Criado em 2014, o programa partia do resgate social dos usuários de crack e de outras drogas, por meio de qualificação profissional, frentes de trabalho (como varrição de ruas e praças de SP, plantação e colheita de mudas de plantas para manutenção de jardins da cidade e inclusão digital), alimentação e moradia, com orientação de intervenção não violenta. Suas diretrizes traziam um novo olhar sobre a pessoa dependente de substâncias psicoativas, que deixou de ser tratada como um caso de polícia e passou a ser encarada como cidadão, com direitos e capacidade de discernimento. O tratamento de saúde era uma consequência das etapas anteriores, e não condição prévia imposta para participar do programa.

 

Próximos passos

É esta experiência que a Adesaf traz para a Baixada Santista. Em dezembro de 2017, após ter promovido oficinas nas cidades ao longo do ano, a entidade realizou um grande seminário metropolitano sobre o tema, que reuniu representantes de oito municípios da Região. E, em 2018, promoverá um fórum intermunicipal a fim de criar espaço para discussão e implementação de políticas públicas sobre redução de danos.

Mesmo com o término da parceria com a Prefeitura de São Paulo, e o fim da política pública de redução de danos por parte da Administração Municipal, a Adesaf se compromete em manter o diálogo e os encontros com os beneficiários, que não podem perder a referência neste processo de reinserção social, empoderamento e autonomia. Por isso, realizará encontros quinzenais, na Capital, com o apoio de parceiros. E, ainda, vai articular com gestores, conselhos municipais e outros órgãos de controle a implantação de iniciativa semelhante.

Toda esta trajetória do trabalho da Adesaf e o progresso dos beneficiários do DBA podem ser conferidos em vários depoimentos, bem como no relatório recém-lançado pela Adesaf: Crack e outras drogas – O ineditismo e os resultados da política de redução de danos em São Paulo e no livro Cracolândia: Território do Abraço, que apresenta os dois primeiros anos da Adesaf à frente do DBA, em versões português e inglês. Todo o material está disponível, gratuitamente, nos canais on-line da instituição.

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